Ninguém chama um generalista pra jantar
Por que o generalista é a peça que conecta o futuro do trabalho – e como você pode se tornar essencial onde estiver
Sim, o título foi sensacionalista, mas já que você clicou, saiba que eu realmente acredito que, se você optar por ser um generalista, ninguém vai se lembrar de você.
Sempre será mais fácil lembrar dos especialistas
Agora, vamos pensar no reino animal. A girafa se destaca pela altura. O guepardo, pela velocidade. O crocodilo se disfarça como ninguém. O beija-flor, com seu bater de asas frenético, pode pairar no ar. E o urubu? Ele é o rei da carniça. A lista segue. Mas você entendeu o ponto.
Animais que têm muitas habilidades não são chamados para o jantar. Eles não são os pick #1 de uma liga profissional. Talvez nem mesmo sejam lembrados.
Seja bem-vindo à Fato Impacto - edição 16!
Aqui é o lugar para profissionais que querem se manter relevantes agora e para sempre. E como vou te ajudar com isso? Fazendo o óbvio. O feijão com arroz que os especialistas esquecem de colocar na mesa. Apenas isso, repetidamente, até que você se torne essencial onde estiver.
Se você quer ser relevante no futuro do trabalho, esta é a comunidade certa para você. Três vezes por semana, escrevo sobre como se manter à frente. Os últimos seis textos estão disponíveis para você ler gratuitamente. Se gostar, convido você a se tornar um assinante premium. Além de ter acesso a todos os meus textos, você entrará no meu clube de leitura e terá acesso a todos os meus estudos, indo muito além do que eu já compartilho.
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Especialistas brigam por destaque, mas e os generalistas?
Se você leu meus últimos textos, sabe que investi o maior valor da minha vida para aprender tudo sobre marketing digital, vendas, desenvolvimento de produtos high ticket, posicionamento, branding, social-selling, lançamentos... tudo isso num ritmo muito mais rápido do que qualquer coisa que você já viu.
O que quero dizer com isso? Estou sempre atrasado. São aulas a cada dois dias. A pressão é constante. É como se um tijolo estivesse pressionando o acelerador e você precisa aprender a dar direção em meio a um crescimento acelerado. E quer saber? Paguei caro por isso. Mas acreditava que era o certo.
Hoje, sou especialista em pesquisa, com foco em quatro grandes áreas:
Produto: UX Research, Customer Discovery, Validação de ideias.
Cliente: Jornada de usuário, Value Proposition Canvas, Personas.
Negócio: Métricas como CAC, LTV, Churn, Concorrência.
Mercado: Análise SWOT, tendências, oportunidades.
Isso me coloca em uma posição flexível o suficiente para participar de qualquer conversa. Concorda? Em teoria, eu conheço as metodologias necessárias para descobrir qualquer coisa que qualquer pessoa possa querer saber. Mas aqui está o problema: ninguém chama um pesquisador para trabalhar.
A maioria das pessoas acredita que não precisa de pesquisa, e isso, para mim, é uma vantagem. Torna fácil cobrar bem por fazer o feijão com arroz, enquanto os especialistas se perdem em detalhes. Eles acham que sabem tudo. E é aí que erram.
Ninguém chama um pesquisador para trabalhar
A maior parte das pessoas simplesmente acredita que não precisa de pesquisa em nenhuma das áreas em que atua. E isso é ótimo! Dessa forma fica extremamente fácil para eu fazer o feijão com arroz, cobrar muito e trabalhar pouco.
A maior parte dos especialistas se sente pronto em tudo e, por alimentar esse sentimento de “I'm ready for anything”, faz com que quando esbarre em algo que não conheça… trave! E diga: Isso aqui que você quer fazer não dá!
Outra pessoa nessa roda de conversa faz a simples pergunta “Por que não dá?” e pasmem com a resposta “Não dá porque eu sou especialista em AAA e tenho BBB anos de experiência e estou vendo que não tem como por motivo CCC” e assim, os projetos não acontecem, as empresas morrem e a inovação fica sempre em segundo plano porque os especialistas, infelizmente, ainda que sejam ótimos em uma vertical, não sabem tudo.
O gestor de time não vai priorizar uma cadeira para o generalista
Vamos imaginar um cenário onde terá um processo de inovação dentro de uma grande empresa, esta, que possui preocupação com a inovação ser lançada logo a mercado, imagina que priorizar um time pequeno e enxuto nesse caso é o ideal a se fazer! E dessa forma, cria um requerimento de que o time de inovação terá 10 pessoas.
Deu para entender onde eu quero chegar? Eles dirão que precisam de 10 especialistas. E isso é ótimo, o projeto vai passar por muitas dificuldades em coisas muito simples, sabe por quê? Porque as vezes só precisa de um bom encaixe.
O dia que entendi que eu era um encaixe
Na última sexta-feira tive um bom dia! Acho que foi um daqueles em que começa a se tornar real de que você apenas nota que está no caminho certo. É só questão de tempo para dar "sorte”.
Minha conversa com um especialista com produto
Eu comecei o dia com um bate-papo com Diego Carmona, caso você não o conheça, vou deixar um resumo da matéria que a Gazeta do Povo fez sobre ele, se quiser ler a matéria completa, clique aqui.
Diego Carmona, programador curitibano, abriu sua primeira empresa nos anos 1990 e, após sucessivos desafios com grandes empresas, decidiu criar startups. Ele fundou 15 startups até lançar a Leadlovers, uma plataforma de automação de vendas para ajudar empreendedores a atrair e converter clientes online. A Leadlovers reúne diversas ferramentas de marketing digital em um único ambiente, facilitando a vida de vendedores digitais. A empresa cresceu rapidamente, alcançando mais de cinco mil clientes e mantendo uma operação independente, usando o modelo de "bootstrapping" (sem investimentos externos). Diego agora busca expandir a Leadlovers internacionalmente, enquanto lidera como CVO (chief visionary officer) e planeja reativar a aceleradora de startups que iniciou com a Dinfo. Ele também lançou um livro intitulado “Visionários”, focado em inovação e visão de negócios.
Considerei falar com ele por a gente estar em uma sobreposição de comunidades, estávamos na Comunidade Micro-SaaS do
e também ambos estamos na mentoria do Victor Damasio.Após eu oferecer uma aula gratuita que ajudaria empreendedores a validar suas ideias de negócio rapidamente para que escolham-no com maior potencial de lucro rápido identificando isso com pesquisa, deixei claro que quem clicasse “sim”, eu chamaria no privado para saber melhor. Ele clicou, eu chamei e acabamos marcando a conversa, que se resumiu a essas pontos:
Escala e Pivotagem: Três anos em uma startup sem conseguir escalar devido a um processo focado em vendas (sales-led) em vez de ser centrado no produto (product-led). A dificuldade de realizar vendas online foi destacada e, principalmente, a dificuldade dos especialistas em produto serem bons em vendas e marketing.
Diferenciação e Marca: A importância de criar uma marca forte e ocupar um espaço no mercado é essencial para competir com grandes marcas. Menciona-se a necessidade de crescer sem grandes investimentos e com foco em um nicho específico.
Estratégias de Desenvolvimento e Validação: Sugere que o digital pode ser uma boa maneira de validar a demanda antes de desenvolver um produto. O ciclo de desenvolvimento deve iniciar com uma audiência e, possivelmente, uma garantia de dois meses e isso é melhor do que abrir um grupo de beta-testers que não pagam nada.
Referências de Estratégias: Elon Musk é citado como alguém que cria um grande buzz inicial em seus lançamentos antes de se retirar da operação. Isso destaca a importância do hype para atrair a atenção inicial, fazer uma validação do número de vendas, ajustar as rotas. E depois que isso foi feito, colocar na mão do time. Como ele fez com a Tesla, com a SpaceX e agora tenta fazer isso com outras iniciativas que ainda não “vingaram tanto".
Desafios de Startups: Avalia que algumas startups cometem o erro de buscar uma captação alta sem ter clientes sólidos. Isso pode ser um risco para a sustentabilidade do negócio.
Conversão de Leads: Aponta a dificuldade em converter leads frios em compradores de forma lucrativa, enfatizando que os custos de marketing devem ser compatíveis com os preços de venda para garantir um ROI positivo.
Estratégia de Influenciadores: Uma abordagem sugerida é começar trabalhando com influenciadores para ganhar visibilidade antes de tentar alcançar um público maior e propor uma lógica ganha-ganha.
Mas dos pontos mencionados, o que eu mais gostei de ouvir da visão dele, foi sobre Founder Led Growth. E essa visão de “ser um profissional de produto especializado em Creator Economy” a fim de ficar fazendo validações constantes com seus seguidores para conseguir fazer o customer discovery para seus SaaS com naturalidade, vender produtos high ticket para quem queira mais contato/proximidade e quando o SaaS ficar pronto, já é 100% aderente ao que seus influenciadores precisam. O desafio que ele teve no início? O mesmo que eu tinha até dois meses atrás!
Ninguém conhecia meus produtos, ninguém participou de processo de discovery. E quando o SaaS estava pronto, ninguém queria. E tanto eu quanto ele tomamos a mesma decisão: Comprar uma dessas cadeiras premium perto de pessoas que dominam o Marketing Digital para que a gente possa aprender algo com eles, afinal, os caras vendem infoprodutos que não existem o tempo inteiro. Essa é a única coisa que precisamos aprender, mas com soluções SaaS que gerem equity e possamos fazer exit em um futuro próximo.
Minha conversa com um especialista em vendas
Trouxe Luiz Filho, sócio do Leandro Aguiari, para perto dos meus projetos. O objetivo? Ele me ajudar a conseguir estruturar meus produtos e o fluxo comercial de aquisição e vendas para meus produtos.
Foi uma boa conversa, estávamos pensando no meu produto até que ele contou sobre um dos clientes dele, que já lançou todos os infoprodutos possíveis, mas ainda assim, se vê sem um próximo passo. Já não há uma nova dor clara a ser resolvida, nem um novo infoproduto para oferecer. Foi nesse momento que eu falei:
"Para de pensar em infoproduto! Existe um mundo além dos infoprodutos e eu vou dar de graça um método para fazer isso. Chame 10 dos seus clientes mais engajados para um grupo focal de 2 horas. Na primeira hora, fale sobre as dores e problemas deles. Na segunda hora, faça um brainstorming juntos. Depois, repita o processo com clientes mornos e regulares e então faça o mesmo com os clientes desengajados, aqueles que estão prestes a sair, a um passo do churn.
Depois disso, crie um produto que atenda a todas essas pessoas. Pode ser uma xícara, um caderno inteligente, um headband de IA, um software ou qualquer outra coisa que o cliente diga que está disposto a pagar. E a gente? A gente cria isso junto com eles."
Foi assim que identifiquei uma oportunidade para um produto high ticket que vai além do comum: ajudar influenciadores e criadores de conteúdo a entenderem profundamente as necessidades dos seus clientes e, a partir disso, desenvolverem novas soluções. A ideia é criar produtos que realmente façam sentido para o público, seja um item físico, um serviço personalizado ou até uma tecnologia prática que resolva um problema específico. Esse é o diferencial que poucos enxergam.
Eu já sou especialista em entender o que os clientes querem em quatro áreas principais: Produto, Cliente, Negócio e Mercado, como eu contei acima!
Com essa nova abordagem, percebi que meu diferencial está em oferecer algo simples, mas poderoso: a chance de cocriar com o cliente algo que realmente faça a diferença. E agora, estou trazendo isso para o mercado de uma forma inovadora e acessível.
É por isso que eu criei a minha mentoria para empreendedores digitais. A mentoria que revela aquilo que você está ignorando sobre seus clientes e sobre as oportunidades que eles desejam. É a chance de enxergar além dos infoprodutos, entender o que o seu público realmente quer é criar soluções que vão além do óbvio.
O generalista é a gangorra de todos os especialistas
O generalista é a gangorra de todos os especialistas. E é exatamente aí que a minha posição como pesquisador se tornou fundamental. Enquanto especialistas enxergam profundamente suas áreas, eu consigo ver o que está entre essas especialidades, conectando as partes que geralmente ficam de fora.
Isso me permite entender as necessidades que os especialistas ignoram, identificar oportunidades que eles não percebem e trazer soluções que fazem sentido para todos os lados.
Foi essa capacidade de "dar liga" entre diferentes áreas e olhares que me permitiu criar — um espaço onde descobrimos juntos o que realmente faz a diferença para o mercado e para os clientes.
O melhor de não ser chamado para o jantar? Você escolhe a mesa.
Não foi Diego Carmona que veio até mim. Fui eu que tomei a iniciativa. O mesmo com Luiz Filho, com a Comunidade Micro-SaaS, com AI Builders e com todos os outros. E sabe por que isso é ótimo? Porque eu escolho em qual mesa vou sentar.
E pode ter certeza! Ninguém diria que falta um pesquisador em nenhuma dessas comunidades. Mas quer saber, na realidade, o que eu vi dentro de todas elas?
Ninguém sabe como encontrar o ICP de seus negócios;
Ninguém sabe como validar um modelo de negócio;
Ninguém sabe como entender o mercado e se posicionar da forma certa;
Ninguém sabe quais os "calcanhares de Aquiles” de seus próprios negócios.
Mas se eu dissesse que faço pesquisa, as pessoas iriam imaginar o pesquisador científico ou o cara que tenta entender se vai dar Boulos ou Pablo Marçal na prefeitura.
Uma pessoa não muda o mundo, duas também não
O mundo não muda com uma pessoa. Nem com duas. O que faz o mundo dos negócios girar é uma pessoa querendo fazer o que ama por dinheiro e outra pessoa com muito dinheiro precisando exatamente disso.
O problema? Essas pessoas estão separadas. E ninguém melhor que um pesquisador para identificar essas lacunas e “se posicionar bem no campo, pronto para marcar o gol”.
Ninguém me chamou para estar nos lugares que me ajudaram a fazer essas conexões. E quer saber? Ainda bem. Isso me deu a liberdade de escolher com clareza as mesas nas quais eu quero sentar.
Agora, sendo sincero: desde que comecei a trabalhar com pesquisa (e eu comecei bem cedo), percebi que as pessoas não querem "pesquisa". Elas querem:
Clareza;
Confiança;
Mapear riscos futuros;
Mensurar oportunidades de crescimento;
Por que estou te dizendo isso? Porque eu já fui aquela pessoa que, quando perguntavam "O que você faz?", respondia: "Faço pesquisa". E sabe o que acontecia? Ninguém tem tempo para pesquisa. Ninguém tem dinheiro para isso. Ninguém reserva espaço na agenda para “ver pesquisas relevantes”.
Então, a partir de agora, quando me perguntarem o que eu faço, vou dizer:
“Eu ajudo empreendedores digitais a encontrarem novos produtos conversando com seus clientes, de forma que aumentem em até 30% o faturamento, sem precisar lançar mais infoprodutos."
Você precisa parar de falar dos seus métodos e começar a falar das dores que você alivia
Talvez ninguém tenha interesse em você porque seu marketing é ruim! E o meu também já foi. Precisamos melhorar isso antes de ter um produto que gere 100 mil reais de forma recorrente. Senão, teremos o produto, mas não os 100 mil todos os meses.
Dane-se seu Figma, seu Notion, seu Bubble, seu N8N, seu Make, seu Zapier, seu Airtable, seu Futterflow. Dane-se seu Javascript, seu HTML, CSS, seu Python, seu SQL. Dane-se seu lançamento interno, lançamento semente, seu lançamento de desafio, sua sala-secreta, seu CAC, seu custo de clique, etc.
Isso aqui não é sobre método, nem sobre um nome de profissão bonito. Não é sobre o que está na sua bio do Instagram ou no seu título do LinkedIn.
O dinheiro está na mesa para quem resolve dores reais, não para quem tenta adaptar os clientes aos seus métodos. As pessoas não querem ouvir um personal trainer falando sobre o método de treino “blá blá blá.” Elas querem uma barriga de tanquinho, sem esforço, sem demora. Ponto.
Talvez seja assim que você deva começar:
“Eu ajudo [seu público-alvo] a fazer [o que seu público deseja] de forma que eles [ganhem X benefício], sem que eles tenham que [sofrer Y obstáculo].”
Agora, talvez você tenha lido isso e pensado: “Enzo, eu não faço ideia de como preencher esses campos...” E é aí que eu entro.
“Prazer, meu nome é Enzo e eu sou pesquisador.”
A única coisa que você está sem agora é clareza. Mas a clareza não está longe, e na minha opinião, a melhor maneira de encontrá-la é com pesquisa.
Lembra do que falamos no começo? O que importa não são os métodos, mas sim como você vai resolver as dores das pessoas. Quando você começar a entender essas dores com profundidade — quando começar a escutar de verdade o que o seu público quer — aí sim você se torna essencial. Não por ser especialista em uma ferramenta ou metodologia, mas por ser o encaixe perfeito que ninguém sabia que precisava.
E isso, meu amigo, só um generalista consegue enxergar.